Hormônios masculinos sintetizados em laboratório, eles estimulam a produção de proteína nas células musculares e, em sua utilização terapêutica, auxiliam na recuperação da massa corporal de pacientes debilitados por câncer ou aids, entre outras aplicações.
Nas últimas décadas, popularizaram-se muito no meio das academias, onde são chamados de “bombas” graças ao seu efeito potente no organismo. Utilizadas em alta dosagem, tais drogas funcionam como um elixir mágico capaz de transformar o físico de pessoas em um curto espaço de tempo, rendendo doses extras de força e acelerando o processo de recuperação depois dos exercícios. Mas essa é uma terapia bastante perigosa.
A lista de efeitos colaterais inclui doenças cardíacas e tumores no fígado. Devido a isso, a prescrição dos medicamentos a pessoas saudáveis é proibida pelo Conselho Federal de Medicina. Quem as receita para fins estéticos está sujeito a um processo que pode resultar, em última instância, na cassação do diploma. Alguns não se importam em correr os riscos. A forte demanda, a fiscalização frouxa e os altos lucros falam mais alto.
Em São Paulo, um dos profetas da turma da malhação intensiva é Mohamad Barakat, um oftalmologista que aposentou o aparelho óptico e passou a fazer sucesso no mercado de fitness. Aos 50 anos, ele é uma espécie de propaganda ambulante do negócio. Suas camisas justas parecem cuidadosamente escolhidas para mostrar os 110 quilos distribuídos pela silhueta. “Tenho de me cuidar”, explica Barakat, contando que já foi um garoto obeso na infância. “Fiz bastante musculação e, nos últimos tempos, estou me dedicando ao tênis.”
Na sala de espera de seu consultório na Avenida Brasil, batizado com o pomposo nome de Instituto de Medicina Integrada, Longevidade e Performance Humana, pode-se encontrar uma fauna variada de famosos, que inclui um esquadrão de ex-panicats, a apresentadora Adriane Galisteu, o atacante Guerrero, do Corinthians, e executivos como Lásaro do Carmo Júnior, presidente da Jequiti, empresa de cosméticos do Grupo Silvio Santos.
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