Passagem aérea terá novo tipo de venda na web



A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) no Brasil apresentou ontem uma nova ferramenta de busca e compra de passagens aéreas pela internet. Denominada NDC (Nova Capacidade de Distribuição, na sigla em inglês), a plataforma visa a facilitar a comparação de ofertas das companhias aéreas. O projeto está em fase de desenvolvimento e deve ser lançado em 2015.

O passageiro poderá escolher, por meio de um único sistema, o espaçamento para as pernas, refeições e bebidas a bordo, se fará embarque prioritário e até a contratação de serviços fora do avião, como acesso a salas VIP no aeroporto e aluguel de carros.

O diretor da IATA no Brasil, Carlos Ebner, afirmou que esse modelo foi desenvolvido pensando em agências de viagens, mas que se estenderá a todos os interessados na compra de passagens. “Queremos que agentes de viagem tenham capacidade similar aos sites de empresas aéreas de acesso às ofertas”, afirmou Ebner.

Hoje as agências de viagens têm acesso a um sistema que só mostra a quantidade de assentos disponíveis em um voo e, se o cliente solicitar um assento especial, elas não conseguem informar.

Já as empresas aéreas disponibilizam apenas em seus próprios sites produtos personalizados, como a escolha da comida a bordo. Assim, o passageiro não consegue comparar os serviços a não ser que faça uma busca nos sites de todas das companhias. “As empresas aéreas vão competir entre si baseadas nos produtos e serviços oferecidos”, afirma Ebner.

Privacidade. Embora o modelo seja atraente para os consumidores, as agências de turismo veem com ressalva a nova plataforma. A Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav) se manifestou contra o projeto. Em carta, as associações pelo mundo declararam preocupação quanto à privacidade dos passageiros no sistema.

“A nossa leitura é que as companhias aéreas que adotarem o modelo de negócio NDC criarão ofertas ‘únicas’ cada vez que um consumidor particular fizer a solicitação de uma tarifa para uma rota e data específicas. As ofertas realizadas por cada companhia aérea serão baseadas nos dados de caráter pessoal que as companhias aéreas terão direito de exigir aos consumidores e suas agências de viagens, como condição para valorizar qualquer preço”, descreve a carta.

A IATA informou que todas as etapas da pesquisa de preços poderão ser feitas de forma anônima, de acordo com as regras internacionais de privacidade. O passageiro poderá, no entanto, escolher empresas para as quais autoriza passar seus dados – dessa forma, segundo Ebner, o acesso aos dados do cliente pela companhia podem gerar ofertas personalizadas. “Imagine que eu só viaje de classe executiva em uma empresa e, em determinado momento, decido comprar passagem na classe econômica. A companhia poderá me oferecer no ato da compra, por exemplo, um upgrade de 50 dólares à classe executiva por ser um cliente fiel. As possibilidade de oferta pelas companhias são infinitas”, explicou o diretor.

Estadão

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